VIAGEM

 

 by Fernanda Pietra

 

 

O caminho apresenta desvios

Ao viajante exausto da caminhada

Por vezes insana,

Ele se pergunta:

_ "Até quando ?"

 

O caminho não é fácil

Falta água para suprir o suor,

Escorrido pela face.

Já não há mais força

O cansaço venceu.

 

O viajante sucumbiu,

A juventude passou,

A chamada maturidade chegou

Ele se pergunta:

_" Para quê tudo isso ?"

Seus pés já não o seguram mais

Não há poesia, nem sonho

Não há esperança.

 

Sobrou marcas,

Cicatrizes feitas por emoções

Feitas nas cachoeiras das relações

Por vezes humanas,

Outrora desumanas

Nos jardins que avistara,

Folhas caídas de outono

Marcaram as estações que vivera

E há a luta constante para não morrer

Feito folhas no outono

Deixando aos olhos, imagens de aparente morte.

Sou o viajante á procura do abrigo

Do descanso, do alento

Que consiga fazer com que volte acreditar

Ter um caminho mais florido

Sendo eu, apenas, uma professora.